ESGOTAMENTO MENTAL NÃO É FRESCURA
SAIBA COMO COMBATER O PROBLEMA!
Às vezes o cansaço mental é tanto que é sentido fisicamente, com dores pelo corpo, dores de cabeça e até mesmo problemas gastrointestinais como gastrites e úlceras.
No mundo moderno, em que uma grande parcela da população trabalha em
frente a um computador, e em que cada vez mais se exige pensamento rápido,
criatividade e empreendedorismo, é muito fácil deixar o cérebro
"cansado". Além disso, muitas vezes exige-se que ele trabalhe com
energia total por períodos muito longos. "Podemos dizer que o excesso de
demanda da química necessária para manter o corpo e a mente ativados se
'esgotam' em algum momento", alerta Sergio Klepacz, psiquiatra do Hospital
Samaritano de São Paulo.
Ele explica que essa química é composta por
hormônios e neurotransmissores como cortisol (um dos grandes responsáveis pela
preparação do organismo para os enfrentamentos dos desafios do dia a dia e das
situações de perigo) e noradrenalina (neurotransmissor responsável pela
sensação de motivação e também da atenção).
"Vários estudos mostram queda nessas
substâncias durante esses períodos de estafa", diz. Por isso, as
consequências mais imediatas são falta de atenção, dificuldade de memória, perda
de concentração, pensamento mais lento, desânimo, alterações no sono e, é
claro, cansaço – excessivo e crônico.
Às vezes o cansaço é tanto que é sentido
fisicamente, com dores no corpo, dores de cabeça e até problemas
gastrointestinais, como gastrites e úlceras. Por isso muitos pesquisadores
afirmam que o esgotamento mental pode ser até mesmo mais grave do que o físico,
pois pode causar danos tanto corporais como emocionais. Outro perigo é que
muitas vezes ele é ignorado; então o cansaço se acumula e as consequências se
agravam.
SINAL DE ALERTA
Quando os primeiros sinais de alerta são
ignorados, o problema vira uma bola de neve e pode desencadear uma série de
complicações. Os problemas que mais surgem são o desenvolvimento de gastrites e
úlceras, baixa da imunidade, com resfriados e gripes constantes, alergias,
queda de cabelo, hipertensão, bronquite e alterações menstruais, entre outros.
Além dos estragos físicos, há também os
emocionais. A relação com o próprio trabalho pode ser prejudicada, pois a baixa
sensação de energia e a desatenção levam também à baixa produtividade e a erros.
A relação com as pessoas também pode ser
prejudicada diante da falta de ânimo em interagir, da irritabilidade, da
impaciência e das mudanças bruscas de humor. O que pode fazer com que a pessoa
sinta-se sozinha, agoniada, ou até mesmo se isole.
"Mentalmente, se não houver intervenção, o
quadro pode ter consequências no sistema emocional, com o aparecimento de
alterações de humor, tipo depressão, além de consequências em longo prazo para
o cérebro", destaca Klepacz.
ENERGIA NO VERMELHO
Um dos problemas que podem decorrer desse
esgotamento mental é a síndrome de burnout, ou síndrome do esgotamento
profissional, que acontece quando o cérebro entra em processo de falência e não
consegue mais trabalhar direito. Em inglês, o termo burnout é definido como aquilo que deixou de funcionar por
absoluta falta de energia. Metaforicamente, é algo (ou alguém) que chegou ao
seu limite, com grande prejuízo em seu desempenho físico ou mental. Ela foi
assim denominada por psicanalista nova-iorquino, após constatá-la em si mesmo,
no início dos anos 1970.
Um estudo da OMS (Organização Mundial de Saúde)
colocou o burnout como uma das principais doenças dos europeus e
norte-americanos, ao lado do diabetes e das doenças cardiovasculares. Apesar de
estar intimamente ligada à vida profissional, não são só os trabalhadores que
sofrem deste mal: estudantes e até desempregados também podem ser acometidos
pela síndrome devido a preocupações e nervosismo, por exemplo.
DIVERSÃO E LAZER
Para se tratar o esgotamento mental,
recomenda-se o acompanhamento de um especialista e, às vezes, medicação.
A psiquiatra enfatiza a necessidade de buscar
ajuda nesses casos. Segundo ela, muitas vezes a pessoa com estafa mental ou
síndrome de burnout tende a se isolar ao invés de pedir ajuda, mas
isso é fundamental para se resolver o problema. "Nosso cérebro é um órgão
como qualquer outro. Na verdade, talvez um pouco mais complexo devido a
trilhões de conexões. A grande questão é: por que ele não merece ajuda
especializada assim como os nossos outros órgãos?", questiona.
Na hora de se tratar – e também de se evitar –
o esgotamento mental, dormir bem e se alimentar adequadamente é essencial. Mas
ter horas de relaxamento e diversão também. Muitas vezes as pessoas que sofrem
com esses males investem muita energia no trabalho em detrimento de outros
aspectos da vida, como família, amigos e lazer.
Isso acaba causando um desequilíbrio que prejudica a qualidade de vida e o bem-estar. Os especialistas afirmam que o lazer também é parte importante do dia a dia e deve ser valorizado. "O segredo é poder compensar os momentos de estresse com momentos de prazer e diversão", recomenda Klepacz.
Isso acaba causando um desequilíbrio que prejudica a qualidade de vida e o bem-estar. Os especialistas afirmam que o lazer também é parte importante do dia a dia e deve ser valorizado. "O segredo é poder compensar os momentos de estresse com momentos de prazer e diversão", recomenda Klepacz.
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